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No Enem 2025, a Matemática deve reforçar problemas práticos, funções e análise de gráficos

No Enem 2025, a Matemática deve reforçar problemas práticos, funções e análise de gráficos

Especialistas em Matemática apontam caminhos para os estudantes na preparação e como os professores podem orientar seus alunos

À medida que o Enem 2025 se aproxima, especialistas em Educação destacam que a área de Matemática deve, mais uma vez, privilegiar questões que combinam raciocínio lógico, interpretação de gráficos e aplicação prática no cotidiano. 

Para os professores, a chave da preparação está em orientar os alunos a enxergar a disciplina, não apenas como cálculo, mas como ferramenta para resolver problemas concretos.

Segundo educadores, os temas que tradicionalmente aparecem e que devem ganhar força na prova deste ano são:

1. Matemática básica e aplicações no dia a dia

Questões de regra de três, escalas, porcentagem, juros simples e compostos continuam sendo frequentes. O diferencial é que o Enem costuma apresentar problemas contextualizados em situações do cotidiano, como interpretação de contas de luz, descontos em compras ou cálculos relacionados a construções e transportes. 

“O aluno deve treinar como identificar se grandezas são direta ou inversamente proporcionais, e calcular a constante de proporcionalidade.

O Enem costuma fornecer uma constante linear e pedir uma variação quadrática (entre áreas) ou volumétrica, o que pode confundir o candidato.

Para efetuar cálculos com porcentagem, com mais agilidade, é necessário treinar a quebra de números maiores em percentuais mais fáceis calculando 19% como 10%  + 10% – 1%, por exemplo”, orienta Rinaldo Gomes Vieira, professor de Matemática, na Rede Chromos.

Para os professores, é essencial trabalhar com exemplos práticos que permitam ao estudante visualizar o uso da Matemática fora da sala de aula.

2. Funções: interpretação além do cálculo

As funções afim, quadrática e exponencial são pilares da prova. Mais do que resolver equações, o Enem costuma cobrar a interpretação de gráficos e a relação entre variáveis. Isso significa que o aluno precisa compreender o comportamento das funções – crescimento, decrescimento, máximos e mínimos – e associar essas informações a situações-problema. 

“É importante que o aluno conheça previamente o “jeitão” de como os principais gráficos de funções se comportam. Funções afim, quadrática, exponenciais, logarítmica e trigonométricas têm características muito próprias que, quando observadas, facilitam bastante na interpretação das questões. Quando a questão não aborda gráficos, mas faz uso de uma função, muitas vezes, o candidato precisa calcular algumas constantes (geralmente k, m, etc) para chegar na resposta correta”, reforça Alexandre Borges, professor de Matemática do Curso Anglo.

Os professores podem propor exercícios que liguem a função ao contexto, como crescimento populacional (exponencial) ou movimento de projéteis (quadrática).

3. Geometria plana e espacial

Cálculo de áreas, perímetros e volumes deve aparecer de forma aplicada. Questões que envolvem desde a área de um terreno até o volume de uma caixa d’água são exemplos comuns. 

Além disso, problemas que exigem a interpretação de formas geométricas em figuras mais complexas e o uso de propriedades de ângulos também devem ser explorados. 

“Cálculo de áreas e volumes é comum em questões desse exame. Por conta disso, é muito importante ter na memória as fórmulas de cálculo de áreas de triângulos, círculos e os principais quadriláteros, além dos volumes de prismas, pirâmides, cilindros, cones e esferas. Saber a fórmula de cálculo juntamente com a interpretação da figura na qual se está trabalhando costuma funcionar muito bem”, ressalta Alexandre.

Em sala de aula, os professores podem orientar alunos a praticar com desenhos esquemáticos e aplicações visuais, facilitando a compreensão espacial.

4. Estatística e Probabilidade

Com a crescente presença de dados no dia a dia, o Enem valoriza a leitura crítica de tabelas, gráficos e infográficos. Questões podem envolver médias, medianas, porcentagens ou distribuições simples. Já em probabilidade, espera-se o uso de situações simples e diretas – como sorteio de bolas, escolha de cartas ou análise de combinações possíveis. O foco deve estar menos na fórmula e mais na interpretação contextualizada dos números.

“Na verdade, o desafio dos conteúdos de análise combinatória e probabilidade no Enem não está na quantidade de fórmulas, mas na variabilidade dos problemas, dando a impressão de que um não tem nada a ver com o outro. O candidato deve identificar o tipo de agrupamento da questão e aplicar os fundamentos desse determinado agrupamento”, comenta Rinaldo.

5. Relações entre grandezas e análise de gráficos

Um dos pontos mais recorrentes da prova é a capacidade de interpretar gráficos, escalas e proporções, relacionando diferentes grandezas. Ambos os professores apontam que este é um dos grandes desafios para os estudantes, pois exige atenção à leitura dos eixos e compreensão do que cada unidade representa.

“O maior distrator desse tipo de questão é baseado no erro de se usar a constante de proporcionalidade inadequada (linear em um problema que deveria ser quadrática, por exemplo.)”, alerta o educador da Rede Chromos.

Questões desse tipo podem aparecer em áreas interdisciplinares, como Física, Biologia ou Geografia, reforçando a importância de treinar a interpretação de dados em contextos variados.

Orientação para professores

Especialistas defendem que a melhor preparação não está apenas na resolução de listas extensas de exercícios, mas em simular situações reais. Levar para a sala de aula problemas relacionados ao cotidiano, discutir notícias que apresentam dados em gráficos e incentivar o aluno a explicar o raciocínio por trás da resposta são estratégias que potencializam a aprendizagem.

“Parte do tempo de preparação deve ser para transmissão dos conteúdos, mas, no Enem, é muito importante treinar como fazer os cálculos de forma rápida, assertiva e com menor desgaste, se preservando para conseguir completar as 90 questões”, completa Rinaldo Gomes Vieira.

Com foco em interpretação, aplicação prática e raciocínio lógico, a área de Matemática do Enem 2025 se desenha como uma oportunidade para que professores mostrem aos alunos que a disciplina está em tudo – das finanças pessoais ao planejamento de uma viagem, do crescimento populacional ao desenho de uma casa.

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