Segundo a OMS, 1 em cada 7 adolescentes no mundo apresenta algum transtorno mental relevante e sofrem calados, enquanto pais e professores ainda acham que é “fase”
Falar de adolescência é entrar num campo minado. Quem convive com jovens sabe: eles não são só “aborrecentes”, mas, também, não são adultos em miniatura. O cérebro deles está em obra, e não é exagero dizer que a saúde mental nessa fase vai moldar o adulto que vem depois.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 1 em cada 7 adolescentes no mundo apresenta algum transtorno mental relevante, sendo ansiedade e depressão os campeões. O detalhe incômodo: a maioria não recebe diagnóstico nem acompanhamento. Isso significa que muitos jovens estão sofrendo calados, enquanto pais e professores ainda acham que é “fase”.
A neurociência mostra que o sistema límbico — ligado às emoções — assume o volante nessa fase, enquanto o córtex pré-frontal, responsável pelo gerenciamento emocional, ainda está no banco de trás. Resultado: explosões de humor, busca por risco e dificuldade em regular emoções. Se os adultos não entendem essa equação, interpretam como rebeldia gratuita, quando, na verdade, é arquitetura cerebral.
O problema é que hoje o adolescente está exposto a uma pressão inédita: excesso de telas, padrões inalcançáveis nas redes sociais, cobranças acadêmicas e isolamento social. O cérebro responde a isso com descargas de estresse que, se constantes, viram gatilho para ansiedade, depressão e até comportamento autolesivo.
E o que fazer? Aqui não cabe receita de bolo, mas algumas pistas são claras:
Escuta de verdade: não interromper, não diminuir o que parece “drama”.
Método ALE (Amor, Limite e Estímulo): amar sem superproteger, impor limites sem violência, estimular sem cobrar perfeição.
Parceria da escola: professores não são psicólogos, mas podem ser farol para perceber sinais de alerta e encaminhar apoio.
Redução do excesso de telas: não é demonizar tecnologia, mas regular tempo e qualidade do que é consumido.
A adolescência não é um túnel escuro a ser atravessado. É um período de revelação — como a poda sináptica que reorganiza o cérebro, eliminando conexões fracas e fortalecendo as mais importantes. Se a sociedade não der suporte, perde-se a chance de formar adultos mais resilientes, criativos e preparados.
A pergunta que fica é: vamos continuar chamando de “mimimi” ou vamos encarar que saúde mental de adolescentes é problema de todos nós?
Adolescente não ouve, adolescente sente!
Neurocomunicação nas escolas:
Minha palestra de neurocomunicação foi especialmente desenvolvida para transformar a forma como as escolas se relacionam com os desafios da comunicação entre pais, professores e adolescentes. Baseada em estudos de neurociência e no entendimento do desenvolvimento do cérebro dos jovens, essa abordagem oferece técnicas práticas que ajudam gestores a promover um ambiente onde o diálogo é claro, empático e eficaz, contribuindo para a redução de conflitos e o fortalecimento dos vínculos que impulsionam o sucesso dos alunos.
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Especialista em neurociência e comunicação. Fundador do Instituto Brasileiro de Neurocomunicação e da Comunidade de Pais e Professores Descomplicando a Adolescência; aluno especial no mestrado em neurociência e Cognição da UFABC e pós-graduado em Neuociência e Comportamento pela PUCRS; participação em mais de 80 podcasts, entre eles, Lutz Podcast, com Lutz Lobo; PodFalar, com Madeleine Lacsko; Vênus Podcast, com Yas Yassine; e Criss Paiva e PodPeople, com Dra. Ana Beatriz Barbosa; e mentor do Saber Ampliado, maior plataforma brasileira de ensino com professores como Mário Sérgio Cortella, Clóvis de Barros Filho e Leandro Karnal. Mais de 300 mil seguidores nas redes sociais e mais de 50 milhões de visualizações. Entre eles, muitos globais, famosos e influencers, especialmente de Educação, que interagem frequentemente com ele, como Alexandre Nero, Professora Sara do Vale, Gustavo Villani, Ingrid Guimarães, entre outros.

