Encontro com estudantes na Jornada de Jornalismo mostra como o ensino e a prática profissional caminham juntos na formação de novos comunicadores
Na Jornada de Jornalismo da PUC-Campinas, encontrei uma geração cheia de energia, curiosidade e vontade de aprender — e voltei com a certeza de que o jornalismo segue mais vivo do que nunca.
Fui convidada pela professora Karla Ehrenberg, coordenadora do curso de Jornalismo da PUC-Campinas, para participar da Jornada de Jornalismo da PUC-Campinas, um evento que reuniu, ao longo de três dias, profissionais da área para compartilhar experiências com os alunos.
Aceitei o convite com entusiasmo — e saí de lá ainda mais inspirada. Logo na chegada, me surpreendi com o empenho, a atenção e o brilho nos olhos das turmas. Em tempos em que tanta gente repete que “o jornalismo acabou”, é revigorante encontrar estudantes tão comprometidos com o ofício.
Eu mesma ouço essa frase desde 1994, quando comecei na profissão. E sempre inicio minhas palestras comentando sobre isso, porque sei o quanto esse discurso desanima quem está começando. Então, compartilho um pouco da minha trajetória — são mais de 30 anos dedicados ao jornalismo cultural e de entretenimento, áreas que continuam em constante transformação.
A professora Karla me convidou justamente para falar sobre esse universo. Adotamos um formato muito interessante: uma assessoria coletiva de imprensa, na qual contei um pouco da minha vivência e os alunos puderam fazer perguntas — e foram muitas! Tivemos dois encontros, um no período da manhã e outro à noite, cheios de curiosidade, troca e reflexões.
Passei o dia inteiro no campus da PUC-Campinas, um espaço lindo e acolhedor, e fui recebida com muito carinho por professores, coordenadores e alunos. Fiquei especialmente encantada ao ver que os próprios estudantes se envolvem na organização do evento: eles ajudam a agendar os palestrantes, recepcionam os convidados e cuidam até dos coffee breaks. É bonito ver tanto comprometimento e senso de responsabilidade.
Essas ações dentro de uma instituição de ensino, como a Jornada de Jornalismo, são fundamentais para a formação integral dos alunos. Elas unem educação, aprendizagem, experiência prática e reflexão sobre o mercado de trabalho, permitindo que os estudantes compreendam melhor o ambiente profissional e estejam mais bem preparados para ele — não apenas como futuros jornalistas, mas também como cidadãos conscientes e participativos.
Saí de lá com uma sensação boa de que o mercado vai receber profissionais curiosos, críticos e atualizados. Muitos alunos já atuam em assessorias de imprensa, colaboram com veículos locais e produzem conteúdo independente — o que mostra o quanto estão sintonizados com a realidade da profissão.
Durante a palestra, falamos sobre rádio, TV, mídias digitais, colunas, bastidores do entretenimento e o cotidiano da redação. A turma se interessou bastante em saber como lido com várias funções e como é o contato direto com artistas. O mais interessante foi que, enquanto eu falava, alguns alunos pesquisavam sobre mim nas redes sociais e elaboravam perguntas ainda mais consistentes — o que deu à conversa um ritmo dinâmico e participativo.
Foi uma experiência viva, curiosa e muito inspiradora. Saí da PUC-Campinas emocionada e confiante no futuro do jornalismo. Deixo aqui meu agradecimento à professora Karla Ehrenberg, pela organização impecável e pela confiança, e aos alunos, pela escuta atenta e pela energia contagiante. Voltei pra casa refletindo sobre vários temas que surgiram nas conversas — e torcendo pra que esse encontro se repita em breve.
Apresentadora do Mistura Cultural e editora dos canais digitais da TV Cultura

