A tecnologia assistiva melhora as potencialidades dos estudantes, promovendo mais equidade na Educação e personalização na aprendizagem
A busca por uma educação inclusiva tem sido uma das maiores prioridades de escolas, redes de ensino e políticas públicas nas últimas décadas.
A tecnologia assistiva surge como uma ferramenta essencial para garantir o acesso, a permanência e a aprendizagem de alunos com deficiência nos diferentes níveis da educação básica e superior.
Mais do que equipamentos, softwares ou dispositivos, a tecnologia assistiva representa uma ponte entre as potencialidades dos estudantes e as barreiras que o ambiente escolar muitas vezes impõe.
O conceito de tecnologia assistiva refere-se a recursos e serviços que contribuem para proporcionar ou ampliar habilidades funcionais de pessoas com deficiência.
Isso inclui desde materiais simples, como lupas ou pranchas de comunicação, até soluções mais sofisticadas, como softwares leitores de tela, teclados adaptados, dispositivos de comando por voz e tecnologias de realidade aumentada.
A Inteligência Artificial (IA) é uma das grandes responsáveis, e com maior potencial, quando falamos em tecnologia assistiva.
A professora baiana de Geografia, Íris Alves, 39, pós-graduada em psicopedagogia institucional e clínica, e em Aperfeiçoamento em Tecnologias Digitais Aplicadas à Educação, com especialização em Educação especial e inclusiva, reforça o uso da IA para a personalização e equidade no ensino.
“A IA tem um papel promissor ao possibilitar personalização do ensino, com recursos adaptados em tempo real às necessidades do aluno. Por exemplo, há softwares com IA que convertem texto em áudio automaticamente, ou que traduzem para Libras, ou ainda plataformas que adaptam o conteúdo conforme o ritmo de aprendizagem do aluno com deficiência intelectual. Além disso, ferramentas como chatbots educativos, sistemas de reconhecimento de voz e realidade aumentada com IA ampliam a autonomia do aluno”.
Ferramentas são apoio neste processo
A presença desses recursos em sala de aula pode transformar profundamente a experiência educacional dos alunos com deficiência.
Um estudante com deficiência visual, por exemplo, pode acessar o conteúdo por meio de um software de leitura em voz alta; já um aluno com paralisia cerebral pode se beneficiar de um mouse ocular para interagir com o computador.
Para estudantes com Transtorno do Espectro Autista (TEA), aplicativos com rotinas visuais e agendas digitais ajudam na organização e no desenvolvimento da autonomia.
Porém, segundo a professora Iris, ainda há importantes desafios enfrentados pelos professores na incorporação da tecnologia assistiva em sala de aula.
“O primeiro grande desafio é a falta de formação específica para o uso das tecnologias assistivas, o que gera insegurança e dificuldade de implementação. Além disso, muitos professores enfrentam a escassez de recursos tecnológicos nas escolas públicas, o que limita as possibilidades. Outro ponto é o tempo pedagógico, que muitas vezes é curto para planejar aulas adaptadas, principalmente, em turmas heterogêneas. Há, também, o desafio de promover inclusão real, ou seja, usar a tecnologia como meio de participação ativa do aluno nas atividades, e não apenas como um recurso auxiliar isolado”.
Capacitação dos educadores
Neste sentido, como mencionado anteriormente pela educadora, a simples aquisição de equipamentos não garante a inclusão.
É preciso investir na formação de professores, na adaptação curricular e na construção de uma cultura escolar verdadeiramente inclusiva.
“Os docentes devem ser capacitados, não apenas para operar as tecnologias, mas, também, para incorporá-las de forma significativa à prática pedagógica. Isso implica planejamento, empatia e diálogo com os próprios estudantes e suas famílias. É essencial que essas tecnologias sejam acessíveis e que professores sejam qualificados para utilizá-las de forma crítica e pedagógica”, reforça Iris.
A essencial personalização
Outro ponto crucial é a personalização das soluções. Cada aluno possui necessidades específicas, e a tecnologia assistiva deve ser escolhida de forma individualizada, respeitando suas particularidades e objetivos educacionais.
A avaliação multidisciplinar é fundamental nesse processo, com a participação de pedagogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e demais profissionais especializados.
Nos últimos anos, inovações como inteligência artificial, machine learning e dispositivos móveis têm expandido ainda mais as possibilidades da tecnologia assistiva.
A importância de políticas públicas
Ferramentas que antes eram inacessíveis pelo custo ou pela complexidade estão se tornando cada vez mais viáveis e integradas à rotina escolar.
A democratização dessas tecnologias pode ser um divisor de águas na luta contra a exclusão educacional.
Ainda assim, o desafio persiste. A inclusão, de fato, exige políticas públicas consistentes, investimentos contínuos, acompanhamento pedagógico e compromisso social. Segundo a professora Iris, no Brasil, já existem ações voltadas para estes pontos, mas que ainda precisam de melhorias.
“Aqui temos a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, que orienta o uso de recursos de acessibilidade. No âmbito do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), há previsão de recursos adicionais para matrículas de alunos com deficiência, que podem ser usados para compra de tecnologia assistiva. O Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE Inclusão) também é uma fonte de financiamento específica para aquisição de materiais e equipamentos de acessibilidade. Contudo, ainda há muita burocracia e falta de equidade na distribuição desses recursos, o que exige articulação entre as secretarias de educação e as escolas”, complementa.
Enfim, a tecnologia assistiva é parte desse caminho e uma aliada poderosa para que todos os estudantes, independentemente de suas condições, possam aprender, participar e se desenvolver plenamente.
Porém, é essencial que os professores estejam devidamente capacitados para se adaptarem a esta realidade, que as famílias e a comunidade escolar sejam participativas e que os governos empenhem mais ações com vista para a equidade na educação.
Com 43 anos, Rafael Gmeiner é jornalista especialista em Produção de Conteúdo, especializado em Franquias, CEO da Agência VitalCom, do site Mundo das Franquias e do site Educação & Tendências. Atua há mais de 23 anos, com Jornalismo e Comunicação, tendo passagens por jornais impressos, televisão, rádio e sites. Também, é especialista em Assessoria de Imprensa, segmento em que já atua há quase duas décadas. Além disso, é produtor de conteúdo, em especial para o ambiente online, que requer técnicas de SEO, otimização de textos para melhor posicionamento nos buscadores. Há mais de 10 anos é especializado no setor de Franquias, no qual mantém o seu site de notícias. Além disso, é sócio de uma franqueadora. Entre os seus parceiros e clientes atuais estão a reconhecida jornalista Analice Nicolau; Mônica Lobenschuss, especialista em Growth Hacking, Estratégias de Negócios e Mídias digitais; e a rede de franquia Face Doctor. Rafael também já prestou serviços para o governo da Argentina, com ações específicas no Brasil.

