A maioria das escolas ainda mantém currículos rígidos, enfrenta falta de preparo dos professores e não dispõe de materiais adequados
Você conhece o Parecer 50/2021 do Conselho Nacional de Educação (CNE)? Esse documento é essencial para a inclusão de crianças e jovens com Transtorno do Espectro Autista (TEA) nas escolas brasileiras.
Embora represente um avanço importante, ele também revela os grandes desafios que ainda enfrentamos para garantir uma inclusão de verdade.
O parecer destaca que os currículos escolares devem ser flexíveis, adaptando-se às necessidades específicas de cada aluno com autismo.
Isso significa abandonar a ideia de uma educação padrão para todos. Porém, na prática, a maioria das escolas ainda mantém currículos rígidos, enfrenta falta de preparo dos professores e não dispõe de materiais adequados.
Assim, o que deveria ser uma política de acolhimento torna-se um desafio quase impossível.
Formação de educadores, coordenadores e equipes
Outro ponto fundamental é a formação dos profissionais da educação. Ter boa vontade não é suficiente: é preciso que professores, coordenadores e equipes escolares estejam realmente capacitados para entender e atender às particularidades do autismo.
A triste realidade é que muitos educadores nunca receberam uma formação aprofundada sobre o tema, ou tiveram apenas uma breve introdução, insuficiente para garantir um ensino inclusivo.
A importância do ambiente escolar
Além disso, o documento reforça a importância de criar um ambiente escolar que seja acolhedor e inclusivo para todos.
Isso vai além do ensino: envolve combater o preconceito, evitar o bullying e garantir que cada criança se sinta respeitada e parte da comunidade escolar.
Infelizmente, em muitas escolas brasileiras, ainda falta essa conscientização, e a infraestrutura inadequada acaba dificultando ainda mais a inclusão das crianças autistas.
O problema é mais embaixo
O problema da inclusão no Brasil é estrutural. Falta investimento, políticas públicas consistentes e principalmente uma mudança cultural que entenda a inclusão como um direito e um ganho para toda a sociedade, e não como um peso ou obrigação.
O Parecer 50/2021 é uma importante ferramenta para assegurar direitos e promover a valorização da diversidade. Ele reforça a necessidade de adaptações e apoios para que o autismo seja compreendido e respeitado. Mas enquanto faltar investimento, formação adequada e estrutura, a inclusão continuará sendo um desafio a ser superado.
Por isso, é fundamental lembrar: a inclusão não é um favor, mas um direito de todos. Para ser garantido, é preciso o esforço conjunto de famílias, educadores, gestores e da sociedade como um todo. Não basta ficar só no papel, é necessário agir, investir e, acima de tudo, cultivar a empatia.
Você pode ajudar a mudar essa realidade! Compartilhe o Parecer 50/2021, cobre das instituições, apoie a inclusão todos os dias. Só assim faremos com que a inclusão seja, de fato, uma realidade nas escolas brasileiras.
Pedagogo e Prof. Desenho experiências de aprendizagem que transformam. Edu Inclusiva e Tech, consultor em transformação digital, que acredita num futuro mais verde, digital e inclusivo.

