Inteligência Artificial e segurança escolar na prevenção de riscos

Inteligência Artificial e segurança escolar na prevenção de riscos

Plataformas e aplicativos de segurança escolar baseados em IA podem indicar, em tempo real, clima escolar, vulnerabilidades e situações fora do padrão

Uma importante contribuição da Inteligência Artificial (IA) é o aumento da segurança nas escolas quando integrada a plataformas e aplicativos de gestão escolar. A IA atua como um sistema de monitoramento inteligente, capaz de cruzar dados de diferentes fontes e antecipar situações que exigem intervenção, tornando as decisões mais rápidas, assertivas e preventivas.

Para prever riscos e reforçar a segurança escolar, a IA utiliza combinações de análises estatísticas, padrões históricos, visão computacional e tecnologia comportamental. Com base em dados compostos de antecedentes históricos, é possível que a Inteligência Artificial colabore com alta previsibilidade na segurança das escolas.

“A IA é muito poderosa no quesito segurança. Diria que é um item imprescindível para as escolas. É fácil entender isso quando a ferramenta encontra padrões como no caso do bullying, onde muitas vezes há um planejamento prévio e relatos de tais comportamentos que acontecem em 90% das vezes”, explica Leo Gmeiner, professor de Empreendedorismo e Inovação no MBA da FIAP e Diretor de Novos Negócios da School Guardian, aplicativo de segurança que atende diversas escolas no Brasil e em outros 12 países.

Com base nesse histórico, a IA identifica padrões que costumam aparecer antes de episódios de risco, como mudanças bruscas de comportamento, registros disciplinares recorrentes, absenteísmo atípico, interações agressivas em plataformas digitais, alertas feitos por estudantes, conflitos entre grupos, situações de violência ou bullying e até anomalias nas rotinas da escola.

Esses dados geram modelos preditivos que apontam aumentos de probabilidade de ocorrências, permitindo que a gestão escolar aja antes que o problema se concretize. Também consegue analisar dados e comportamentos em tempo real, permitindo uma rápida resposta a problemas e incidentes.

“Não são emitidos alertas de fatos que realmente estão acontecendo no exato momento, mas aponta para uma alta probabilidade de que isso de fato aconteça. Assim, a escola tem condições de monitorar e verificar com antecedência, e evitar o pior”, observa Gmeiner, que também possui formação como instrutor de segurança, tendo concluído o treinamento ALICE, programa internacionalmente reconhecido de resposta a incidentes com atiradores ativos (ameaças ativas) para situações de emergência, como em escolas e locais de trabalho. “ALICE” é um acrônimo para Alerta, Bloqueio, Informação, Contra-ataque e Evacuação.

As plataformas e aplicativos de segurança escolar baseados em IA podem indicar, por meio de painéis de risco em tempo real, índices de comportamento, clima escolar e vulnerabilidades, bem como enviar alertas automáticos de situações fora do padrão, enviados à diretoria, psicólogos ou profissionais responsáveis.

“As ferramentas de escuta digital permitem que alunos e funcionários reportem anonimamente desconfortos ou ameaças, que são analisados por algoritmos de linguagem natural”, diz José Rubens Rodrigues, Diretor de Tecnologia e Cofundador da School Guardian.

Rodrigues pontua ainda outros aspectos positivos das plataformas e aplicativos de segurança, como mapeamento inteligente de áreas sensíveis da escola, indicando onde ocorrem mais incidentes (corredores, pátios, entradas), e as rotinas automatizadas de segurança, como checklists, planos de contingência e protocolos de resposta.

A previsibilidade não substitui o olhar humano, que potencializa a capacidade da escola de prevenir, mitigar e responder. “Os gestores escolares continuarão a desempenhar suas funções essenciais e imprescindíveis, bem como a responsabilidade por decisões e acolhimento. A IA pode auxiliar ao oferecer antecipação, análise de cenários e precisão operacional, por ter estruturados os dados históricos e comportamentais. Com isso, a informação passa a ser acionável, com intervenção humana do gestor/educador”, completa Leo Gmeiner, da School Guardian.