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IASE 2025: conclusão do curso superior aumenta em 81% a renda média dos egressos

IASE 2025: conclusão do curso superior aumenta em 81% a renda média dos egressos

Indicador ABMES/Symplicity de Empregabilidade evidencia o aumento da inserção profissional e da renda, e destaca os benefícios para estudantes que contaram com apoio financeiro para cursar a graduação

A formação superior segue sendo um diferencial decisivo para a empregabilidade e a renda dos brasileiros. Segundo o Indicador ABMES/Symplicity de Empregabilidade 2025 (IASE), a remuneração média dos egressos cresce 81% após a conclusão do curso, passando de R$ 2.783 para R$ 5.045. Esse valor é 46,5% superior à renda média nacional do primeiro trimestre de 2025, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua/IBGE). Além disso, até 15 meses depois da formatura, 85% estavam inseridos no mercado de trabalho.

Fontes: IASE 2025 e PNAD 1T/IBGE.

Para o diretor-presidente da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES), Janguiê Diniz, “os resultados da pesquisa evidenciam que o ensino superior não apenas amplia a empregabilidade, como também contribui de forma decisiva para a melhoria da qualidade de vida dos brasileiros”. Para ele, é essencial que a sociedade compreenda que a educação é o caminho mais sólido e eficaz para a transformação de vidas. “Negar esse papel é fechar os olhos para a realidade e deixar de contribuir para o desenvolvimento social e econômico do país”.

Apoio financeiro

A cada edição, o IASE apresenta uma novidade. Em 2025, foi avaliado como o apoio financeiro obtido junto ao poder público (Fies, ProUni e IES pública), à família ou à instituição de ensino (bolsas de estudo e financiamento próprio) impacta na trajetória profissional dos egressos.

Entre aqueles que declararam o apoio financeiro como essencial para a conclusão do curso, 89% estavam atuando na área de formação. Entre os que classificaram o apoio como muito relevante, 80,9% seguiam na área. Já aqueles que não tiveram suporte financeiro ao longo da graduação registraram 66,5% de ocupação na área para a qual se prepararam.

Trabalhava na área ou fora da área por opção – antes de formarTrabalhava na área ou fora da área por opção – depois de formarCrescimento
Não recebeu apoio financeiro42%74%76%
Recebeu apoio financeiro38%77%101%

O impacto na renda também foi significativo, como demonstra a tabela a seguir.

Salário antes (R$)Salário depois (R$)Crescimento
Não recebeu apoio financeiro3.261,195.221,2260%
Recebeu apoio financeiro2.272,504.498,0998%

Maior formação, maior renda

O IASE 2025 também constatou que 42,9% dos egressos já trabalhavam antes de concluir a graduação, sendo 22,3% na área e 18% em outras funções. A média salarial nesse período era de R$ 3.440 entre os que atuavam na área e de R$ 1.865 para os que trabalhavam fora dela por necessidade. 

Após a conclusão do curso, a realidade se transforma. A maioria conseguiu melhorar sua posição no mercado: 65,8% passaram a atuar na área de formação, com salário médio de R$ 5.365. Mesmo os que permaneceram fora da área por opção alcançaram remuneração acima da média nacional (R$ 5.276), confirmando que a graduação é decisiva para a obtenção de maior retorno financeiro.

Apoio da instituição

Os dados do IASE 2025 indicam que o nível de apoio à carreira recebido pelos estudantes durante a trajetória acadêmica tem impacto direto nos resultados de inserção profissional, especialmente no direcionamento para atuar na área de formação. Entre os que relataram pouco ou nenhum apoio, 82,5% estão empregados, mas apenas 67,9% atuam em sua área (ou em outra por escolha). Já entre aqueles que consideraram o apoio muito ou essencial, esses índices sobem para 89,5% e 83,7%, respectivamente. A renda média também acompanha essa tendência, embora com variação menos expressiva.

TrabalhandoNa área ou fora por opçãoRenda média
Pouco ou nenhum apoio82,5%67,9%R$ 4.880,91
Muito ou essencial apoio89,5%83,7%R$ 4.943,92

Educação continuada

O IASE 2025 constatou uma mudança relevante no comportamento dos egressos: o número dos que seguiram investindo na educação quase triplicou em relação a 2024, saltando de 11,8% para 38,2%. 

Entre os matriculados em programas de pós-graduação ou cursos de especialização, a empregabilidade chegou a 86,5%, enquanto entre os não matriculados ficou em 84,9%. Em relação à atuação na área de formação, a diferença é ainda mais significativa: 82,1% entre os que continuam estudando ante 73,4% entre os que não deram sequência à formação.

Presencial x EAD

Entre os formados na modalidade presencial, 86,2% estão empregados, ante 81,8% dos egressos da educação a distância. A diferença amplia quando é considerada a atuação na área de formação: 79,8% entre os graduados em cursos presenciais e 62,1% entre os egressos da EAD.

No aspecto salarial, a diferença é cada vez menor. Os recém-formados presenciais recebem, em média, R$ 5.101, enquanto os da EAD alcançam R$ 4.758. A diferença que, em 2022, era de R$ 408 a favor do presencial, caiu para R$ 343 em 2025.

Empregabilidade por grau de curso

Os três graus de graduação alcançaram patamares elevados de empregabilidade. Entre os bacharéis, o índice passou de 84%, em 2023, para 85,98%, em 2025. Os tecnólogos passaram de 78%, em 2023, para 83,44%, em 2025. Já as licenciaturas foram o grande destaque, saltando de 71%, em 2023, para 83,68%, em 2025. 

Quando se observa a atuação na área de formação, os bacharéis oscilam entre 77% e 80% ao longo da série histórica, marcando 79,6% em 2025. Os licenciados, que haviam registrado 66% em 2022, atingiram 74% em 2025. Por fim, os tecnólogos permanecem com a menor taxa de vinculação à área: 58% em 2023; 60% em 2024; e 61,5% em 2025.

Áreas com maior empregabilidade

O IASE 2025 confirma as Engenharias (89,6%), a Computação (85,9%) e a Saúde (85,8%) como áreas do conhecimento líderes em empregabilidade. 

A pesquisa também apontou avanços relevantes em áreas que, nas edições anteriores, apresentaram resultados menos favoráveis. Na Educação, por exemplo, que havia registrado 65,47% de egressos empregados em 2023, o índice verificado em 2025 foi de 75,88%. O mesmo movimento foi observado em Direito (83,2%) e Humanidades (78,2%), que ganharam mais de 25 pontos percentuais de empregabilidade entre 2023 e 2025.

Apesar dos avanços gerais, ainda existem disparidades relevantes. Negócios, por exemplo, mantém alta empregabilidade (87%), mas apenas 66,7% dos egressos atuam na área. Nessa mesma linha, os cursos de Humanidades (61%) e Comunicação (71%) continuam sendo os que menos colocam os egressos em postos de trabalho vinculados à formação. 

Em termos salariais, Computação (R$ 6.280), Engenharias (R$ 5.701) e Saúde (R$ 5.194) seguem como as áreas do conhecimento mais bem remuneradas, enquanto Humanidades (R$ 3.668), Educação (R$ 4.000) e Comunicação (R$ 4.006) possuem o pior desempenho.

Perfil social e empregabilidade

A série histórica do IASE revela progressos significativos na inserção de diferentes grupos sociais (por gênero, raça e faixa etária) no mercado de trabalho, embora algumas desigualdades ainda permaneçam. 

As mulheres atingiram 84% de empregabilidade, um avanço relevante em comparação a 2024 (80,9%). No entanto, houve redução na atuação dentro da área de formação, que caiu de 79,8%, em 2024, para 77,9%, em 2025. Os homens, por sua vez, têm taxa de empregabilidade maior (87,5%) e renda média de R$ 5.721, contra R$ 4.276 das mulheres. 

O recorte racial traz tanto avanços quanto desafios. Em empregabilidade geral, os pretos tiveram a maior variação positiva, chegando a 83% em 2025, ante 75,2% em 2024. Os amarelos também se destacaram, com 85% de inserção. Contudo, quando se avalia a atuação na área, os brancos (79,6%) e os indígenas (92,3%) apresentam os melhores desempenhos, enquanto os pretos recuaram para 66,8% e os pardos para 73,7%. Em relação aos indígenas, vale uma ressalva em relação à amostra pouco representativa, o que pode fazer com que o resultado não seja fiel à realidade.

Em termos salariais, os brancos seguem na liderança (R$ 5.241) com ampla vantagem, seguidos pelos pardos (R$ 4.414), pretos (R$ 4.072) e amarelos (R$ 4.013). Entre os indígenas, a renda média registrada foi de R$ 3.730.

Relação entre idade e mercado

Outro destaque é a situação dos egressos na faixa de 22 a 25 anos, grupo que concluiu a graduação no chamado “tempo certo”. Esse recorte apresentou uma evolução expressiva no que diz respeito à atuação na área de formação: de 64,7%, em 2024, para 81,9%, em 2025. No aspecto salarial, eles registraram média de R$ 4.353.

Já entre os egressos acima de 41 anos, a taxa de atuação na área é menor (entre 62% e 65%), indicando que muitos acabam migrando para funções distintas da formação acadêmica. Em termos de remuneração, os mais jovens recebem, em média, R$ 3.117, enquanto os profissionais com mais de 51 anos chegam a R$ 7.095.

Para o gerente nacional da Symplicity, Gabriel Custódio, esta quarta edição do IASE consolida a escala, a relevância e a consistência do método. “Com mais de 8 mil egressos recentes participantes e o engajamento crescente das instituições de ensino, já é possível identificar tendências sólidas na trajetória profissional dos graduados”. 

Em relação aos resultados deste ano, ele destaca a análise do apoio financeiro, com impacto direto na empregabilidade e na renda do egresso. “Ao consolidar esses dados, a pesquisa oferece subsídios fundamentais para que gestores e formuladores de políticas possam fortalecer as iniciativas que mais contribuem para reduzir desigualdades, ampliar o acesso e acelerar a progressão profissional dos jovens no Brasil”, conclui.

Indicador ABMES/Symplicity de Empregabilidade

Elaborado desde 2022 pela Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES) e pela Symplicity, o levantamento tem como objetivo formatar, padronizar e acompanhar o desempenho profissional dos egressos da educação superior no país, consistindo em um indicador de relevância nacional. 

A formatação do instrumento foi baseada em modelos já maduros aplicados em países que se destacam no tema, como os Estados Unidos e a Irlanda, com as adaptações necessárias para adequação ao cenário brasileiro. 

Em 2025, participaram do levantamento 8.843 egressos que colaram grau entre meados de 2023 e meados de 2024, oriundos de 79 instituições de educação superior de todas as regiões do país. A apuração ocorreu entre março e julho deste ano.

O levantamento das informações foi realizado pelas instituições junto aos seus ex-alunos, seguindo o modelo de questionário quantitativo resultante do grupo de trabalho criado para a definição das bases do projeto, ainda em 2022, e que contou com o apoio do Inep.

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