Pesquisa mostra que apenas 30% da população sabe como agir para enfrentar as mudanças climáticas e que crianças querem fazer a diferença
Embora 83% da população reconheça que os desastres climáticos estão aumentando, apenas 30% sabem o que fazer para mudar esse cenário. O dado, revelado pela Pesquisa Nacional sobre Mudanças Climáticas, realizada pelo Movimento Escolas pelo Clima (EPC), acende um alerta: a sustentabilidade é um tema que tem sido muito discutido nos últimos anos, mas que ainda é pouco conectado com os desafios do cotidiano das pessoas. Por isso, especialistas sugerem aproveitar o ano em que o Brasil sediará a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a chamada COP 30, para fortalecer a educação ambiental climática entre as pessoas e instituições.
E se engana quem pensa que sustentabilidade não é assunto de criança. O estudo mostra que há uma janela de oportunidade para engajar crianças e adolescentes no enfrentamento às mudanças do clima, em especial entre os 9 e 14 anos de idade, já que 73,4% deles estão preocupados com esse assunto. Além disso, essa faixa etária também se percebe mais capaz de agir e se declaram mais otimista em relação ao futuro do que outras faixas etárias pesquisadas.
Para Edson Grandisoli, diretor do EPC e consultor do espaço ekoa, escola de educação integral em São Paulo, é possível trabalhar a sustentabilidade desde os primeiros passos da escolaridade, estimulando a criação de um vínculo afetivo com o ambiente, transformando a escola e seu entorno em um espaço de aprendizagem viva em parceria com a comunidade. Isso significa um lugar onde crianças e jovens podem desenvolver competências para entender e valorizar o território onde vivem, interpretar riscos e agir para prevenir problemas socioambientais.
A pesquisa, que mapeou percepções em todo o Brasil, também aponta que 66% dos brasileiros acreditam que escolas e comunidades precisam ter mais educação ambiental. “A educação ambiental não pode estar restrita a uma disciplina ou a um conteúdo pontual do currículo. Ela deve fazer parte dos valores da escola e de sua comunidade, se concretizando em experiências integradas à vida, que despertam o senso de responsabilidade e criticidade, bem como preparam para os desafios do presente e do futuro”, afirma Grandisoli.
Ou seja, as escolas precisam criar oportunidades por meio de atividades que gerem engajamento coletivo da comunidade escolar em relação aos desafios do ambiente e das pessoas. Isso inclui repensar o consumo, trabalhar gestão de resíduos, optar por outros tipos de materiais– da cozinha ao administrativo -, e compreender como diferentes sujeitos sociais devem participar dessa transformação coletiva, educando as crianças, também, pelo exemplo, experiência que está sendo exercitada no espaço ekoa.
“No espaço ekoa, temos buscado transformar a transição sustentável em práticas concretas. Um exemplo é o trabalho com a alimentação: passamos a pesar as sobras dos pratos das crianças da educação infantil, o que tem ajudado educadores e estudantes a refletirem sobre o consumo consciente e a importância de se servir apenas o necessário, evitando o desperdício. Também envolvemos as famílias em ações coletivas, como na nossa Festa Junina, quando convidamos todos a trazerem seus próprios pratos, talheres e guardanapos de pano, além de orientar fornecedores a utilizarem embalagens recicláveis ou de rápida decomposição. São iniciativas simples, mas que despertam consciência e mostram, na prática, como cada escolha faz diferença”, afirma Ana Paula Yazbek, diretora do espaço ekoa.
Capacitação da comunidade escolar
Um levantamento do Instituto Alana, em parceria com o MapBiomas, iniciativa que mapeia anualmente a cobertura e uso da terra do Brasil, revelou que cerca de 370 mil crianças estudam em escolas situadas em áreas de risco climático. Pensando nisso, muitas iniciativas têm buscado
utilizar as escolas como espécies de núcleos de enfrentamento à crise climática, produzindo um conhecimento capaz de ser multiplicado.
É o caso de alguns programas, como “Agente Capaz” e “Heróis do Futuro”, desenvolvidos pela ONG HUMUS, organização brasileira de ajuda humanitária sem fins lucrativos, que atua com foco em desastres em áreas de risco ou afetadas por um evento natural extremo. O objetivo é capacitar moradores, professores, alunos e outros agentes locais a se prepararem para minimizar os riscos e impactos dos desastres: como entender os efeitos das chuvas, identificar sinais de alerta, agir durante a emergência ou até mesmo ajudar a realizar um resgate em segurança.
“Ampliar a conscientização sobre as causas, entender os impactos e principalmente preparar a comunidade minimamente para evitar perigos ou agir quando uma emergência acontecer, ajuda a salvar vidas. Isso é educação no seu sentido mais verdadeiro”, afirma Léo Farah, capitão da reserva do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais e fundador da HUMUS.
Com 44 anos, Rafael Gmeiner é jornalista especialista em Produção de Conteúdo, especializado em Franquias, CEO da Agência VitalCom, do site Mundo das Franquias e do site Educação & Tendências. Atua há mais de 23 anos, com Jornalismo e Comunicação, tendo passagens por jornais impressos, televisão, rádio e sites. Também, é especialista em Assessoria de Imprensa, segmento em que já atua há quase duas décadas. Além disso, é produtor de conteúdo, em especial para o ambiente online, que requer técnicas de SEO, otimização de textos para melhor posicionamento nos buscadores. Há mais de 10 anos é especializado no setor de Franquias, no qual mantém o seu site de notícias. Além disso, é sócio de uma franqueadora. Entre os seus parceiros e clientes atuais estão a reconhecida jornalista Analice Nicolau; Mônica Lobenschuss, especialista em Growth Hacking, Estratégias de Negócios e Mídias digitais; e a rede de franquia Face Doctor. Rafael também já prestou serviços para o governo da Argentina, com ações específicas no Brasil.

